Na aula sobre os povos Sona de Angola aprendemos a sua forma de
contar histórias através da areia. Esses povos aprendem desde que se é criança
como contar essas historias traçando desenhos na areia, pelo que eu vi em
alguns vídeos eles se reúnem em um certo local e cada um conta uma
história é praticamente como um evento.
Mas agora o que isso tem a ver com matemática?
Usando a forma de ensino da UFSB e sobre o que aprendemos com a etnomatemática nas primeiras aulas, conhecer a cultura de um povo antes de aprender a sua matemática é fundamental para um bom desenvolvimento do estudante.
Mas agora o que isso tem a ver com matemática?
Usando a forma de ensino da UFSB e sobre o que aprendemos com a etnomatemática nas primeiras aulas, conhecer a cultura de um povo antes de aprender a sua matemática é fundamental para um bom desenvolvimento do estudante.
Conhecemos assim a lusona.
Podemos definir a lusona de acordo com o olhar matemático como uma caixa
espelhada, pontos com uma distancia de mesma medida e linhas que se encontram e
se fecham. Ou no olhar cultural dos povos Sona define-se como um local que
contem areia, pontos medidos com os dedos, linhas e uma história.
Essa foi de todas as aulas a
que eu mais gostei, porque eles usam uma forma inusitada de contar histórias
que se não fosse pela universidade talvez eu nunca os tenha conhecido.
Agora um pouco mais de história
e tradição, Sona (plural de lusona) são desenhos oriundos de povos
Cokwe, Luchazi dentre outros. Com a ocupação colonial e, por conseguinte, o
aumento do comércio de escravos e a intensificação de guerras, travou-se o
desenvolvimento das forças produtivas. Um declínio cultural foi provocado e
muitos conhecimentos se perderam.
E agora pra finalizar veja um
das histórias desse povo cheio de encanto.

A figura que está em cima é Deus, à
esquerda está o Sol,
à direita está a Lua e em baixo está um ser humano.
Este
lusona representa o caminho para Deus.
Um dia, o Sol foi visitar Deus.
Deus deu um galo ao Sol e disse: «Volta cá amanhã de manhã antes de partires».
No dia seguinte de manhã, o galo cantou e acordou o Sol. Quando o Sol se
apresentou diante de Deus, este disse-lhe: «Tu não comeste o galo que te dei
para o jantar. Podes ficar com o galo, mas tens que regressar todos os dias.» É
por isso que o Sol dá a volta à Terra e reaparece todas as manhãs.
A Lua também foi visitar Deus e
recebeu um galo de presente. No dia seguinte de manhã, o galo cantou e acordou
a Lua. Mais uma vez, Deus disse: «Tu não comeste o galo que te dei para o
jantar. Podes ficar com o galo, mas tens que regressar a cada vinte e oito
dias.» É por isso que o ciclo da Lua dura vinte e oito dias.
O ser humano também foi visitar
Deus e recebeu um galo de presente. Mas o humano estava com fome depois de ter
feito uma tão longa viagem e comeu parte do galo ao jantar. Na manhã seguinte,
o Sol já ia alto no céu quando o humano acordou, comeu o resto do galo e
apressou-se a visitar Deus. Deus disse-lhe: «Eu não ouvi o galo cantar esta
manhã.» O humano respondeu-lhe a medo: «Eu estava com fome e comi-o.» «Está
bem,» disse Deus, «mas escuta: tu sabes que o Sol e a Lua estiveram aqui, mas
nenhum deles matou o galo que lhes dei. É por isso que eles nunca morrem. Mas
tu mataste o teu, e por isso deves também morrer. Mas quando morreres deves
regressar aqui.»
E assim acontece.
Referencia:
http://amateriadotempo.blogspot.com.br/2011/05/desenhos-na-areia-em-africa.html
Livro Paulus
Gerdes Geometria Sona de Angola Matemática duma Tradição Africana
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