O dia 03/08 foi um dia que classifico como o dia das sensações. Um dia que começou com uma surpresa, quando a professora pediu que fossemos rodar pela universidade em busca de algo belo. Porém essa foi uma tarefa difícil, pois se você olhar com atenção tudo ao seu redor é belo, mesmo você estando em um lugar “feio” eu sei que pode parecer meio idiota da minha parte pensar assim, mas todo lugar tem a sua gama de beleza seja ele um sentimento, um pássaro ou até mesmo ruínas antigas, tudo tem a sua cota de beleza e onde eu estava não foi diferente.
Então voltei pra a sala com as minhas “belezas” escolhidas (que foram varias fotos lindas da natureza) eu tive uma grata surpresa os cheiros que senti ali não tem como descrever. A professora preparou alguns alimentos, perfumes e óleos e dividiu-os entre nós os alunos e nos pediu que descrevêssemos os cheiros, texturas e gostos sem dizer o nome do produto, e descrever somente a sensação que sentimos quando estávamos experimentando tal. O meu foi um perfume que eu descrevi como “Sinto doçura e frescor, lembro-me de passeios ao ar livre tem um gosto amargo que contrasta com seu cheiro doce formando assim uma mistura que lembra mel e fel” (talvez um dia eu fale deste perfume pra vocês). E ainda no meio de tudo isso eu recebi uma mensagem da minha prima que eu não vejo há muito tempo me dizendo que o meu avô por parte de mãe estava mal no hospital por conta de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e que seria transferido ainda aquele dia para a minha cidade, ela me pediu então pra avisar a minha mãe que estava no trabalho naquele momento, mas agora está tudo bem no momento eu não chorei, mas fiquei sem chão sem saber o que fazer. Mas esse dia por incrível que pareça essa dinâmica feita pela professora me ajudou a não perder a linha e ficar calma porque tudo daria certo. E foi o que aconteceu graças a Deus meu avô já esta em casa e bem.
Então continuando para finalizar a professora pediu que lêssemos com ela um texto chamado “O sentido dos sentidos: a educação do sensível” de João Francisco Duarte Junior. Que fala sobre o que é sensível e que ele está ligado à ciência veja neste paragrafo que selecionei.
“Assim, o que parece afluir deste breve elenco de significações é o fato de, em torno da palavra sentido, constelar-se um bom número de referências à capacidade humana de apreender a realidade de modo consciente, sensível, organizado e direcionado (ou intencionado, como diriam os fenomenólogos). Em que pese a duplicidade de termos, convém mesmo notar que em nossa vida existe primordialmente um sentido no sentido. Ou seja: tudo aquilo que é imediatamente acessível a nós através dos órgãos dos sentidos, tudo aquilo captado de maneira sensível pelo corpo, já carrega em si uma organização, um significado, um sentido. Fato que o filósofo Merleau-Ponty se esforçou por demonstrar na maior parte de sua obra, voltada para o deslindar desses fios sensíveis que envolvem a nós e ao mundo num único tecido, por ele apropriadamente batizado de “carne” (e não nos esqueçamos que, significativamente, nosso corpo, é composto por tecidos celulares).” (p. 13, 14)
Enfim este paragrafo prova um pouco do que eu disse anteriormente que a ciência esta interligada com o sentir, e esse texto tem tudo a ver com o dia que é o assunto principal deste texto que escrevo. Pois tem uma citação dele que diz:
“De pronto e ao longo da vida aprenderemos sempre com o “mundo vivido”, através de nossa sensibilidade e nossa percepção, que permitem nos alimentemos dessas espantosas qualidades do real que nos cerca: sons, cores, sabores, texturas e odores, numa miríade de impressões que o corpo ordena, na construção do sentido primeiro.” (p. 14 grifo meu)
Vejamos essa parte que selecionei na citação, ela descreve as sensações que eu senti naquele dia e também descreve o que é o sentido.
Enfim foi um dia produtivo e diferente que não pode ter tido muitos impactos em mim agora, mas talvez isso sirva pra mim em algum momento no futuro.
“O reprimido, portanto, não é o que habitualmente supomos: violência, misoginia, sexualidade, infância, emoções e sentimentos ou até mesmo o espírito, que recebe seu tratamento nas práticas de meditação. Não, o reprimido hoje é a beleza.” (p. 27).
Abaixo algumas fotos tiradas por mim e por meus colegas.
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